Manuel Rosa

a vida
é um acaso, efémero
cabe-nos eternizá-lo
torná-lo belo

Ao princípio quando me foi apresentado este desafio pensei em realizar um jardim que se chamaria “naturalmente natural”, visualizando-se a apresentação de uma porção de terra onde nasceria vegetação, sem intervenção posterior da mão humana que não fosse apenas a de regar o mesmo.
Com o decorrer do tempo, pensando que a nossa obrigação enquanto seres humanos, e neste caso numa vertente de intervenção artística, é a de chamarmos a atenção para o Mundo que nos rodeia, decidi, em vez de replicar uma natureza que ainda existe, fazer alusão a um cenário possível, inerente às alterações da Natureza, que cabe, a cada um de nós evitar que se efective através da mudança do rumo dos actuais acontecimentos.
Assim nasceu este jardim assente na ideia de “Jardim Contra-Natura”. Um “jardim” apenas com terra seca, com inexistência de água e qualquer tipo de semente para repovoação.
Este Jardim é um alerta para todas que as nossas acções mudem. Por mais insignificantes que possam parecer, podem ajudar a que o planeta Terra não se transforme tão somente num espaço deserto e infértil, mas conservando as condições essenciais à continuidade da nossa espécie e de tantas outras que, em conjunto, dão corpo à biodiversidade deste planeta que nos acolheu como Lar.










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Manuel José de Melo Rosa nasceu a 24 de Dezembro de 1959. Arquitecto de profissão, exerce a sua actividade desde 1986. Paralelamente tem participado como orador em conferências e participado em exposições de artes plásticas.