Observando o micro podemos aprender sobre o macro… Geralmente observamos o que é grande, o que é imediato, não prestando atenção nem vendo o mais pequeno.
Os pequenos seres vivos e em particular as plantas minúsculas são, de uma forma geral, as pioneiras na colonização, condicionando o ecossistema e por tal influenciando o macro.
Estudando pequenas plantas, como os musgos e os líquenes, aprendemos como estes se relacionam entre si e com os restantes seres vivos, descobrimos como tudo está interligado, compreendemos a intercomunicação e interdependência... Isso pode ser projectado para as sociedades humanas.
Os musgos e líquenes são muito sensíveis ao clima e ao substrato e são considerados bons indicadores do clima de uma região e do microclima do sítio que colonizam. São bioindicadores do estado de conservação do ecossistema e de qualidade ambiental. Podem ser os primeiros colonizadores de ambientes adversos para outros seres vivos, criando condições de habitabilidade para outras formas de vida, como sejam caracóis, insectos… Estudar e compreender estes processos, poderá ajudar-nos a viver em sociedade.
O jardim que criei, com a ajuda de Higino Gomes, pretende de uma forma harmoniosa conjugar o ecossistema de uma floresta húmida, através das plantas epífitas que vivem num tronco associadas a outras plantas e animais de pequenas dimensões, contrastando com o ecossistema de uma zona arenosa e seca, onde os seres que aí vivem têm estratégias de sobrevivência que passam pelo melhor aproveitamento da água disponível e pela não perda desse bem precioso. São situações de inter-depen- dência, de inter-ajuda, da capacidade dos seres vivos se adaptarem às condições do meio e influenciarem esse mesmo meio, que este jardim pretende projectar, de modo a nos fazer reflectir sobre a nossa vivência em sociedade.
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Formação académica: Doutoramento em Biologia pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (2005); Licenciatura em Biologia (Ramo Científico) pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (1988). Actividade actual: Investigadora do ISOPlexis Germobanco da Universidade da Madeira, destacada da SRARN; Investigadora colaboradora do Centro de Investigação de Biologia Ambiental da Universidade de Lisboa; Voluntária da CRIAMAR, onde desenvolve a oficina “Ver e sentir a Natureza”. Anteriores actividades mais relevantes: Directora do Jardim Botânico da Madeira de 1994-2002; Directora do Parque Natural da Madeira, de 2002-2008. Participou em mais de 14 projectos de investigação científica; Participou em mais de 30 simpósios; Co-autora em cerca de 50 artigos científicos e 12 livros. A convite do Centro Temático Europeu para a Conservação da Natureza, participou como perito científico nas Reuniões Natura 2000; Representante de Portugal nas reuniões sobre Jardins Botânicos, pela Associação Ibero-Macaronésica de Jardins Botânicos, entre 1998-2001; A convite do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro e da Rede Brasileira de Jardins Botânicos, deu formação no Curso Internacional para Jardins Botânicos, no Rio de Janeiro, Brasil, em 2001; Orientou e acompanhou a visita oficial de Sua Excelência o Senhor Presidente da República de Portugal, Doutor Jorge Sampaio, às Ilhas Selvagens, em 2003; A convite do Centro Unesco Euskal Herria, participou nas ”IX Jornadas de Urdaibai sobre Desarrollo Sostenible”; A convite da Comissão Nacional da UNESCO e do Instituto Português do Património Arquitectónico, participou no 1º e 2º Encontro Ibérico sobre gestão do Património Mundial; A convite da Comissão Organizadora participou no II International Congress Situation of the Natura 2000 Network In the Mediterranean Countries 10 Years of the Habitats Directive; Participou na organizou da IV Reunião do Grupo de Trabalho para o Plano de Acção para a Recuperação da Foca-monge do Mediterrâneo no Atlântico Oriental; Orientou e acompanhou a visita oficial de Sua Excelência o Chefe Estado Maior da Armada, à Reserva Natural das Ilhas Selvagens, em 2008; Entrevista em 2011, à jornalista americana Meg Pier sobre a Madeira
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