Serviço Educativo



























O Serviço Educativo deste projecto nasce da necessidade de chegar a um maior número de pessoas e visitantes, de forma a colmatar a falta de interacção que costuma existir entre o público e as exposições no contexto de galerias de arte. Desta forma pretende-se introduzir estratégias de participação que se aproximem das actividades de mediação dos museus onde os serviços educativos estão já implementados.

A existência de um núcleo educativo nos museus nacionais e internacionais tem contribuído visivelmente para o crescimento anual de visitantes, que procuram participar nas actividades destinadas a diversos públicos. Este serviço tem revelado ser um meio de aproximação entre o público e a arte e simultaneamente uma ferramenta facilitadora na compreensão das obras, apresentando-se assim como uma peça chave para a motivação e interesse dos visitantes e consecutiva participação dos mesmos nos diversos espaços de cultura.

Porque não conceber um serviço educativo estruturado e adaptado para as dimensões e problemáticas existentes numa galeria? Na sequência desta ideia, surge o projecto de mediação para a exposição Coração Verde no âmbito das celebrações da Festa da Flor 2011.

Este projecto tem o intuito de interligar a temática deste evento cultural anual com as questões levantadas pelos criadores no projecto de intervenção artística. No entanto, a nossa missão como serviço educativo centra-se no envolvimento e participação activa dos habitantes e visitantes da ilha, através da realização de actividades que, assentes no âmbito da educação artística, exploram simultaneamente, a temática cultural e simbólica da flor e dos jardins e as questões ambientais e ecológicas inerentes à protecção da natureza.

Neste seguimento, o serviço educativo desenvolveu actividades para dois tipos de público, os envolvidos e os não envolvidos . Os envolvidos constituem um grupo de aproximadamente 160 pessoas, jovens e idosos, que desenvolveram actividades práticas nas instituições a que pertence. Os não envolvidos são todas as pessoas que podem vir a participar nas actividades finais desenvolvidas em torno da exposição e do evento da Festa da Flor.


Fases do projecto para os envolvidos

1º Momento – 1ª fase - contacto com as instituições (Janeiro)
O contacto com as instituições foi, de uma forma geral, muito positivo, pois os poucos convites dirigidos foram quase na sua totalidade aceites, e os restantes colmatados com a divulgação entusiástica, de passa palavra, de algumas instituições participantes.

Intervenientes:
Escola Básica e Secundária do Carmo – 2 turmas (6º4=15 + 6º7=15) 30 pessoas
Escola Básica e Secundária Gonçalves Zarco – 2 turmas (6º2=20 + 6º8=20) 40 pessoas
Escola Básica e secundária de Santa Cruz – 2 turmas (9ºA=15 + 9ºB=23) 38 pessoas
Centro Social e Paroquial do Bom Jesus da Ponta Delgada (centro de dia) – 21 pessoas
Centro de Dia e Convívio da Casa do Povo do Arco de São Jorge – 18 pessoas
Centros Comunitários geridos pela Sociohabitafunchal – 14 pessoas
(Quinta Josefina – 3 pessoas; Quinta das Cruzes – 2 pessoas; Quinta Falcão – 9 pessoas)
Total participantes =161 pessoas

2ª fase - sensibilização (Janeiro a Março)
Foi desenvolvida uma acção de sensibilização constituída por duas etapas:

1 - Motivação e contextualização - o serviço educativo dirigiu-se às instituições com o intuito de explanar o projecto aos participantes. Neste contacto foi possível trocar impressões, fazer questões e partilhar experiências sobre o tema a desenvolver, criando um elo de proximidade. Esta sensibilização baseou-se fundamentalmente no diálogo e na exibição de alguns trabalhos finais, sendo também entregue um powerpoint aos professores para, no seguimento das aulas, aprofundar e explorar todas as questões apresentadas.

Nos centros de dia, a sensibilização partiu das mesmas bases, do diálogo, da troca de experiências e da mostra de trabalhos com variadas técnicas, com a diferença de ser simultaneamente acompanhada com o power point, visto não existir rigidez de planificação nem horários de término de aulas a cumprir.

2 - Conhecer os endemismos - intervenção de um convidado especial, doutorado em fito geografia de plantas ornamentais, sensibilizado para questões ecológicas e ambientais no que diz respeito à protecção da flora endémica da Madeira. O Dr. Raimundo Quintal focalizou o seu diálogo explorando a riqueza natural da ilha. Debruçou-se sobre a floresta Laurissilva, e as espécies de plantas endémicas da Madeira em torno de imagens apresentadas num power point. Esta participação foi um complemento fundamental para o projecto.

2º Momento - processo de trabalho (Março e Abril)
Nesta segunda fase os jovens e os idosos desenvolveram, com a ajuda dos professores, dois tipos de trabalho prático, sendo o primeiro um scrapbook, elaborado numa fase de pesquisa e recolha de ideias, e o segundo a concepção de um pequeno jardim, num suporte de cartão com dimensões máximas de 30x30cm, utilizando materiais reciclados ou de desenho/pintura.

1 - pesquisa - Scrapbook – caderno ou diário pessoal que reúne palavras, fotografias, imagens, objectos, recortes e colagens sobre um determinado tema, ideia ou momento. Neste caso específico foi pedido um scrapbook de folhas soltas, sobre o tema FLOR e a relação de cada participante com este elemento da natureza.

2 - trabalho final - Jardim – criação de um pequeno jardim que reflecte sentimentos, experiências e tradições. Um trabalho plástico que materializa o jardim interior idealizado por cada pessoa.

3º Momento - exposição (Maio)
Todos os trabalhos realizados tiveram não só o objectivo de abordar o tema Flor e a Natureza num patamar reflexivo, pessoal e introspectivo como também numa dinâmica mais expressiva e reveladora dos sentimentos e capacidades expressivas de cada participante. Cada trabalho reflecte uma visão, o registo de um sentimento, e é sobretudo o reflexo de memórias e experiências desses habitantes no contacto com a natureza que os rodeia, daí a necessidade do serviço educativo homenagear todo o empenho e dedicação dos mesmos, numa exposição colectiva que reúne jovens e idosos num testemunho de gerações.

A exposição Eco-Flor, encontra-se patente ao público no átrio da Câmara Municipal do Funchal ao mesmo tempo que, no espaço infoarte decorre a intervenção artística Coração Verde. Este é o produto final do projecto desenvolvido nas várias instituições sociais pelo serviço educativo, reunindo todos os trabalhos e experiências. É uma iniciativa que espelha o olhar de um grupo de habitantes sobre a sua terra, numa visão mais restrita sobre a natureza e a Flor. Uma exposição realizada pelo próprio público que a vai visitar. Dos habitantes para os habitantes. Desta forma cumpre-se assim o dever de interacção entre a arte e o público, continuando na missão de despertar o interesse e motivação pela e para arte.



Actividade final para todos (envolvidos e não envolvidos)

Para completar os objectivos da mediação entre a arte e o público, encontra-se disponível ao longo da primeira semana de Maio uma actividade que une as duas exposições num percurso com visita orientada, terminando no ponto de partida.

percurso – Exposição Eco-Flor (Átrio da Câmara Municipal do Funchal)
- Decorações da CMF para a Festa da Flor (Avenida Arriaga)
- Escultura de Sílvio Cró e Dina Pimenta (Jardim Norte do Palácio de São Lourenço, Avenida Arriaga)
- Projecto de intervenção artística Coração Verde (espaço InfoArt)
- Contemplação de um jardim - intervenção individual num suporte de papel.
(Jardim Municipal) (mensagem escrita ou desenho)
- colocação dos trabalhos na Scrapwall da exposição Eco-Flor (teatro Baltazar Dias)

Esta actividade representa a última etapa do serviço educativo. Um momento de fruição para o público envolvido, mas também para o público em geral, proporcionando um pouco da experiência do projecto.

Pretende-se com esta actividade envolver o maior número de pessoas, por isso solicitamos a participação de todos os interessados.


Apresentam-se de seguida algumas imagens captadas durante as actividades nos vários locais por onde o serviço educativo teve lugar.
 




























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Cláudia Sousa, Funchal, 1981

Artista plástica e pedagoga. Encontra-se a frequentar o mestrado em Educação Artística na Faculdade de Belas Artes na Universidade de Lisboa. Licenciada em Artes Plásticas, variante de Pintura, pela Universidade da Madeira em 2003.

Exerceu funções como professora de Educação Visual e Tecnológica na Escola Básica e Secundária do Carmo durante 6 anos.

Tem participado e realizado exposições individuais e colectivas desde 2006.